ABIMAQ apresenta sugestões ao governo para aliviar os efeitos nocivos do coronavírus no setor industrial

ABIMAQ apresenta sugestões ao governo para aliviar os efeitos nocivos do coronavírus no setor industrial

20.03.2020

A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ) informa que está em contato permanente com o gabinete de crise do Ministério da Economia a fim de apresentar sugestões com medidas econômicas emergenciais voltadas às pequenas e médias empresas (máquinas e equipamentos) no sentido   mitigar os efeitos deletérios da crise do coronavírus.

A entidade já encaminhou três documentos ao governo com iniciativas que visam manter as empresas financeiramente saudáveis e consequentemente ativas durante o período mais crítico da pandemia de coronavírus, além de visar a manutenção do emprego.

Na questão da manutenção das atividades das empresas, a ABIMAQ propõe a utilização dos R$ 140 bilhões que tem no caixa do BNDES para financiar capital de giro e assim facilitar o pagamento das principais obrigações das empresas, sendo salários, impostos, os bancos e seus fornecedores.

A ABIMAQ sugere ainda ao BNDES a criação de uma linha de capital de giro sem que sua liberação tenha que passar por banco intermediário. Também uma flexibilização do FGI- Fundo Garantidor para Investimentos para que as empresas não precisem apresentar garantias exigidas pelas instituições financeiras que são difíceis de serem atendidas, como os prazos de carência e amortização, taxa de juros e valor de entrada.

Para as empresas que possuem financiamentos no BNDES ou no Banco do Brasil, a associação solicitou uma moratória de 90 a 120 dias.

Outra ação sugerida pela entidade foi a liberação de depósito compulsório que está depositado no Banco Central no sentido de aumentar a liquidez das pequenas e médias empresas, além de reduzir os altos spreads cobrados nos empréstimos para capital de giro.

A ABIMAQ propôs a liberação da obrigatoriedade de CND - Certidão Negativa de Débito, por seis meses, para empresas que procurarem bancos oficias a fim de renegociar financiamentos.

A entidade também solicitou a prorrogação por pelo menos 90 dias de impostos federais (PIS, COFINS, IPI, INSS, Imposto de Renda pessoa jurídica) e sugeriu ainda ao Governo Federal que peça ao Congresso Nacional autorização para ampliação do deficit público autorizado pelo orçamento.

A ABIMAQ informa que está enviando correspondências para todos os Governadores solicitando às Secretarias de Fazenda Estaduais, a liberação de créditos acumulados de ICMS, a flexibilização da burocracia para liberação destes créditos e a postergação em 90 dias do recolhimento do ICMS.

Com relação a manutenção do emprego, a ABIMAQ está em contato direto com o governo, além do SINDIMAQ - Sindicato Nacional da Indústria de Máquinas para negociar com 94 sindicatos no Estado de São Paulo e no Paraná. Entre as medidas propostas estão parcelamento do salário, lay off, banco de horas de 24 meses, férias coletivas, redução da jornada de trabalho com a redução proporcional do salário e jornada flexível.

Outra sugestão é a postergação por 90 dias dos encargos trabalhistas que incidem sobre a folha de pagamentos, ainda que o empregador possa colocar seus funcionários em férias sem pagar o bônus de férias, ou seja, um terço do salário e também metade do décimo terceiro salário.

Para estimular a demanda, a ABIMAQ propõe que o governo reative as obras paradas desde o tempo da Lava Jato, assim como priorizar junto ao Legislativo a aprovação no Senado da votação do marco do saneamento e também da aceleração do Projeto de Lei que trata da PPP- Parceria Público Privada e das concessões públicas.

A ABIMAQ acredita que a crise do coronavírus seja passageira e temporária. No entanto, não se sabe exatamente quando termina esse cenário de instabilidade e se ele pode piorar a situação da economia brasileira. Então se faz necessário adotar medidas para os próximos 90 a 120 dias.