Emprego na indústria recua mais 0,4% em fevereiro

Emprego na indústria recua mais 0,4% em fevereiro

04.04.2016

A fraca atividade continua reduzindo o emprego na indústria, que caiu em fevereiro pelo 13º mês consecutivo. No mês passado, o emprego diminuiu 0,4% frente a janeiro, na série livre de influências sazonais, e está 9,4% inferior ao indicador de fevereiro de 2015. As informações são da pesquisa Indicadores Industriais, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta quinta-feira (31).

O setor operou, em média, com 77,6% da capacidade instalada. Apesar da alta de 0,5 ponto percentual frente a janeiro, na série livre de influências sazonais, a utilização da capacidade instalada (UCI) está 1,9 ponto percentual abaixo da observada em fevereiro de 2015 e 4,9 pontos percentuais menor que a média histórica. O faturamento na indústria cresceu pelo segundo mês consecutivo, com alta de 1,6% em fevereiro na comparação com janeiro, na série dessazonalizada. No entanto, o indicador é 9,9% menor que o de fevereiro do ano passado. 

De acordo com o gerente-executivo de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, a melhora no faturamento na comparação mensal deve ser consequência de situações pontuais, como redução dos estoques e aumento das exportações. “Isso se explica porque não houve aumento do ritmo da atividade industrial. No caso das exportações, ocorre principalmente pela desvalorização do real que leva a uma gradual e pequena recuperação das exportações de produtos manufaturados”, destaca Castelo Branco.

As horas trabalhadas voltaram a cair, com retração de 1,2% no mês passado frente a janeiro. Com isso, está 8,9% abaixo do registrado em fevereiro de 2015. A massa salarial caiu 1,1% e o rendimento médio diminuiu 0,3% na comparação com janeiro. Em relação a fevereiro de 2015, a massa salarial está 11,5% menor e o rendimento está 2,3% inferior.
Castelo Branco diz ser difícil prever uma reversão do quadro de recessão da indústria, principalmente pela situação de instabilidade política por que passa o país. “Esse aspecto soma-se às dificuldades tradicionais, a uma forte crise fiscal, à perda da capacidade de compra das famílias e à baixa intenção de investir, causado tanto pelo baixo uso da capacidade instalada do setor quanto pela falta de confiança”, analisa. “Toda a economia está sob domínio da política e espera uma solução para o quadro geral do país.”