Indicador de Nível de Atividade da indústria paulista recua pelo terceiro ano consecutivo

Indicador de Nível de Atividade da indústria paulista recua pelo terceiro ano consecutivo

31.01.2017

O Indicador de Nível de Atividade (INA) da indústria paulista caiu 8,9% em 2016, registrando a terceira queda anual consecutiva, resultado inédito para a série histórica. Em 2015 e 2014, o recuo foi de 6,2% e 6%, respectivamente, sem ajuste sazonal. Os resultados foram divulgados nesta terça-feira, 31, pela Federação e Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp e Ciesp). Com o dado negativo de 2016, o INA acumulou queda de 19,7% entre 2014 e o ano passado. “Essas quedas consecutivas foram uma surpresa para mim. Vimos uma trajetória ruim para a indústria de transformação”, destaca Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp e Ciesp.

Quando avaliada a passagem do INA de novembro para dezembro, há avanço de 4,1%, e de 0,1% entre outubro e novembro. Na variação mensal, o resultado mostra o maior avanço do INA desde junho de 2008, quando foi apontada alta de 6,6%. Em 15 dos 20 setores acompanhados, a variação do INA foi positiva. O INA acompanha o total de vendas reais, as horas trabalhadas na produção e a utilização da capacidade instalada (NUCI) da indústria de transformação paulista. Todas as variáveis que compõem o índice apresentaram alta no mês, com destaque para horas trabalhadas na produção, que exerceu a maior influência nos resultados divulgados. Na variação de dezembro contra novembro, houve avanço de 6,2%, e recuo de 1,3% na comparação de dezembro de 2016 com o mesmo mês do ano anterior, na série com ajuste sazonal.

Quanto ao nível da capacidade instalada (NUCI), o nível médio de utilização em dezembro ficou em 75,9 pontos, registrando leve aumento (0,5 p.p.) em relação a dezembro de 2015.

A expectativa de um ciclo de redução mais intenso da taxa básica de juros (Selic), entre outros fatores, pode auxiliar a melhora da confiança da indústria em 2017.

“Mesmo que o cenário não faça prever um 2017 glorioso, nossa projeção ao final de janeiro é que 2017 pode trazer crescimento de 1,2% para a indústria de transformação”, estima Francini.

Entre os setores de destaque está o de veículos automotores, que apresentou variação positiva de 6,5% do INA na comparação de dezembro contra novembro, com ajuste sazonal. Mas no ano registrou queda de 9,3% quando comparado com o ano de 2015, sem ajuste sazonal.

Sensor

A pesquisa Sensor do mês de janeiro fechou em 48,5 pontos, na série livre de influências sazonais, contra 48,5 pontos de dezembro, mantendo-se estável, porém abaixo dos 50,0 pontos, o que sinaliza queda da atividade industrial para o mês.

No item condições de mercado, o indicador foi de 50,2 pontos em dezembro para 52,4 pontos em janeiro. Acima dos 50,0 pontos, indica melhora das condições de mercado. Contudo o destaque ficou com o indicador de emprego, com 48,9 pontos em janeiro, contra 43,1 pontos em dezembro. Resultados abaixo dos 50,0 pontos indicam expectativa de demissões para o mês.

O nível de estoque ficou estável. Foi de 46,3 pontos em dezembro para 46,4 em janeiro. Leituras superiores a 50,0 pontos indicam estoque abaixo do desejável, ao passo que inferiores indicam sobrestoque.

Houve recuo de 3,4 pontos (para 50,5 pontos) no indicador de vendas em janeiro. Abaixo dos 50,0 pontos, o indicador aponta redução das vendas para o mês.