Indústria de máquinas prevê crescimento a partir de 2017

Indústria de máquinas prevê crescimento a partir de 2017

27.10.2016

A indústria de máquinas e equipamentos espera melhora nas condições econômicas e retorno gradual do crescimento do setor a partir do segundo semestre de 2017. Essa melhora, entretanto, está condicionada a fatores como a aprovação da PEC 241, que ajusta os gastos do governo, e de uma sinalização positiva quanto à reforma previdenciária ainda neste ano, citou João Carlos Marchesan, presidente do Conselho de Administração da ABIMAQ (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos) durante evento com industriais e a imprensa em Piracicaba nesta terça-feira (25).

O presidente reforçou que há uma pauta emergencial para o que chamou de “travessia” entre um cenário e outro, o que inclui ainda redução de juros, apoio às pequenas e micro empresas para capital de giro, um novo Refis (programa de financiamento) e câmbio competitivo. “Estamos em uma travessia para ‘chegarmos vivos’ em 2017. Para isso precisamos da aprovação da PEC 241, porque entendemos que é por aí que vamos começar a ter uma retomada da economia. Existem muitas reformas a serem feitas: política, trabalhista, mas entendemos que a previdência e a aprovação da PEC neste momento são prioridades”, disse.

Segundo a Associação, com a atual crise, a indústria de máquinas em todo o país retroagiu 10 anos, voltando ao patamar de 2005/2006, situação que é replicada em Piracicaba. E a recuperação do setor, no atual contexto, deve levar em torno de mais 10 anos, afirmou Mário Bernardini, diretor de competitividade da ABIMAQ. Ao mesmo tempo, o nível de atividade econômica das fábricas despencou 60% neste período. “Não existe política industrial com ambiente econômico hostil, ou seja, com juros altos, com câmbio não competitivo. Enquanto não se puder ganhar mais produzindo do que deixando o dinheiro aplicado, vamos continuar com poucos investimentos”, relatou Bernardini. Para a ABIMAQ, seriam medidas concretas e incentivadoras de investimentos na indústria de bens de capital a redução da taxa básica de juros — hoje em 14% ao ano, uma das mais altas do mundo — e um câmbio mais competitivo, com dólar a R$ 3,65 ante os R$ 3,20 atuais, entre outros fatores. 

SETORES — Entre todos os setores industriais, o segmento de máquinas e equipamentos voltados à indústria sucroalcooleira, de petróleo e gás foram os mais afetados pela crise econômica em Piracicaba e região, relatou Erfides Bortolazzo Soares, diretor regional da ABIMAQ. Ele ressaltou que o país registrou queda de 3,4% no PIB (Produto Interno Bruto) no ano passado, mas deve registrar alta de 1,4% no ano que vem. “Estamos saindo de uma situação negativa para um crescimento, o que é, na verdade, uma diferença de 5%.” Membros da diretoria da entidade se reúnem, dia 3 de novembro, com o presidente Michel Temer (PMDB) para tratar sobre a atual situação do setor e cobrar iniciativas que beneficiem a indústria brasileira como um todo, apontou diretor de ação política da Associação, Germano Rigotto.