Redução da Selic é crucial, alerta ABIMAQ

Redução da Selic é crucial, alerta ABIMAQ

17.10.2016

A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ) acredita que o Banco Central deva reduzir em pelo menos 1 ponto percentual (p.p.) a taxa básica de juros (Selic), atualmente em 14,25%, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que ocorre entre os dias 18 e 19 de outubro. 

Para a ABIMAQ, esta queda deve dar início a um processo de redução dos juros ao longo dos próximos meses e se justifica face a forte diminuição da inflação, prevista para os próximos 12 meses, pela própria autoridade monetária .

De acordo com a Associação, a redução da taxa Selic é crucial tanto para a retomada da atividade econômica e quanto para a melhora da trajetória das contas públicas. A Entidade alerta também que, diante da retomada da confiança de investidores na economia brasileira, impulsionada pela aprovação recente, em 1º turno, da PEC 241 na Câmara dos Deputados, a redução da taxa Selic torna-se também necessária para evitar a continuidade da apreciação da taxa de câmbio, principal responsável pela interrupção prematura da incipiente recuperação da indústria nacional observada ao longo do 1º semestre deste ano.

A ABIMAQ chama atenção ao fato de que a inflação está convergindo para a meta e que as altas taxas de juros reais brasileiras destoam no cenário internacional, em que taxas negativas são observadas na maioria das economias desenvolvidas.

Os números do IBGE confirmam que a produção física da indústria nacional caiu 3,8% em agosto na comparação com julho, na série livre de influências sazonais, interrompendo, assim, uma sequência de cinco altas e levando-a de volta ao patamar de fevereiro deste ano, reforçando assim a necessidade de uma taxa mais baixa para estimular os investimentos e o consumo.

O câmbio excessivamente apreciado, ressalta a Associação, foi um dos principais responsáveis pela desindustrialização da economia brasileira, que viu a participação da indústria de transformação no PIB, de mais de 30% na década de 80, cair de 17,8% em 2004 para 11,2% nos doze meses encerrados em junho de 2016, o valor mais baixo já registrado na série iniciada em 1947.