Restrições da amônia na refrigeração industrial

Restrições da amônia na refrigeração industrial

19.06.2018

por Celina Bacellar é gerente de produto de refrigeração industrial da Johnson Controls

A refrigeração industrial é fortemente baseada em amônia, fluido que não agride a camada de ozônio e nem contribui para o aquecimento global, pois tem ODP e GWP zero. Deste modo, o que colabora com o aquecimento global na refrigeração industrial são os refrigerantes sintéticos, quando o uso da amônia ou de outros refrigerantes naturais não são aceitáveis como solução.

Eis o gargalo para que a refrigeração industrial minimize ao máximo seus impactos no aquecimento global: legislações restritivas ao uso de amônia em determinadas regiões ou aplicações.

De acordo com a classificação Ashrae, norma que indica o nível de toxicidade e inflamabilidade dos fluidos, a amônia é um fluido classe B2, ou seja, tóxico (B) e com baixo grau de inflamabilidade (2L). Devido sua característica tóxica, a amônia é erroneamente vista como um “refrigerante perigoso”. Assim, diversas oportunidades de emprego deste refrigerante são descartadas por desconhecimento de consultores, usuários e fabricantes.

Tomando os devidos cuidados com a segurança no projeto, na instalação, na operação e na manutenção dos sistemas, a amônia é a solução ideal para quase todos os sistemas de refrigeração industrial. Programas de gestão de riscos com treinamentos e procedimentos de operação e manutenção, juntamente com um projeto cuidadosamente executado, são fundamentais à segurança de qualquer instalação industrial.

O aumento dos requisitos de segurança (regulamentação) em plantas de refrigeração com amônia vem colocando enorme pressão sobre os proprietários devido ao aumento do custo da conformidade (compliance). Em todo o mundo, proprietários de instalações frigoríficas estão à procura de soluções de refrigeração com baixa carga de amônia. E nós, fabricantes, estamos buscando desenvolver soluções cada vez mais sustentáveis com carga mínima de refrigerante – seja ele qual for. Tudo em busca de sistemas mais econômicos, ecológicos, eficientes e seguros.

O incentivo ao emprego de fluidos naturais como a amônia e o CO2 são a solução para a eliminação destes gargalos. Assim como a amônia, o CO2 é vítima do desconhecimento e receio de usuários e projetistas por sua alta pressão de trabalho. Novamente, com um projeto bem executado e pessoal bem treinado (educado!), qualquer risco pode ser contornado em troca dos inúmeros benefícios oferecidos.