Volume de importações de produtos químicos chega a 20,8 milhões de toneladas no primeiro semestre e bate recorde histórico

Volume de importações de produtos químicos chega a 20,8 milhões de toneladas no primeiro semestre e bate recorde histórico

25.07.2017

Os resultados da balança comercial de produtos químicos no primeiro semestre de 2017 mais uma vez comprovam o ganho de espaço das importações frente à produção nacional. O déficit, segundo a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), atingiu US$ 10,6 bilhões nos primeiros seis meses do ano e as importações totalizaram US$ 17,2 bilhões no período, o que equivale a um aumento de 6,4% em relação ao primeiro semestre de 2016.

Em volume, as compras externas tiveram comportamento ainda mais intenso, elevação de 21,2%, com movimentação de 20,8 milhões de toneladas, um resultado recorde de quantidades importadas para toda a série histórica de verificação da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), realizado desde 1991. O desempenho está lastreado pelo alto volume de compras de intermediários para fertilizantes, no contexto do excelente momento do agronegócio, com safra 2016/2017 prevista como a maior da história do Brasil, de acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento – CONAB. No mês de junho, especificamente, foram importados US$ 3,3 bilhões, aumento de 3,7% em relação ao valor registrado em maio e de 5,4% na comparação com o mês de junho de 2016.

As exportações brasileiras de produtos químicos, por sua vez, tiveram em junho uma alta de 5,0% em relação ao mesmo mês do ano passado, totalizando US$ 1,1 bilhão, mas queda de 8,7% em relação ao mês de maio. No agregado do primeiro semestre, as vendas externas somaram US$ 6,6 bilhões, aumento de 12,1% em relação a igual período do ano anterior, enquanto o volume das exportações foi de 8,2 milhões de toneladas, resultado 1,9% superior ao verificado nos seis primeiros meses de 2016.

Nos últimos 12 meses (jul/16 a jun/17), o déficit comercial de produtos químicos alcançou US$ 23,3 bilhões, resultado praticamente igual ao total de US$ 23,0 bilhões de 2016, comprovando a afirmação repetida pela Abiquim nos últimos anos: se o Brasil crescer um pouco, o déficit na balança comercial de produtos químicos baterá novos recordes negativos, devido à falta de competitividade resultante do alto custo da matéria-prima e da energia em comparação a mercados internacionais.

Para o presidente-executivo da Abiquim, Fernando Figueiredo, o descaso do governo com a indústria brasileira é a principal causa deste novo recorde negativo. “Enquanto neste momento de crise mundial todos os países procuram estimular sua indústria, o Brasil continua adotando políticas contrárias ao desenvolvimento industrial, como a decisão de manter juros exorbitantes e o aumento de impostos, ao invés de cortar despesas”.