Recursos para a construção do sistema de ensaios de elementos de ancoragem no IPT totalizam R$ 15,7 milhões

Recursos para a construção do sistema de ensaios de elementos de ancoragem no IPT totalizam R$ 15,7 milhões

06.12.2016

O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) inaugurou em 1 de dezembro um sistema de ensaios de elementos de ancoragem de equipamentos usados na produção de petróleo e gás em unidades flutuantes, a exemplo de navios e plataformas offshore. O sistema será utilizado no desenvolvimento de amarras de alta capacidade de carga, metálicas ou poliméricas. Umbilicais e risers para a exploração em águas profundas, além de cabos de aço e cintas para içar grandes cargas, também poderão ser testados no sistema.

O sistema do Laboratório de Equipamentos Mecânicos e Estruturas do IPT tem capacidade para até 2.600 tf (tonelada força) de carga estática, o maior do gênero no Brasil – para ter uma ideia de uma força como essa, seria preciso empilhar 2.600 carros populares – e 1.300 tf de carga dinâmica. Do total de R$ 15,7 milhões investidos no sistema, a Petrobras aportou R$ 10,7 milhões para o projeto e a compra de equipamentos, e o Governo do Estado de São Paulo R$ 5 milhões para concepção, gerenciamento da implantação e construção do prédio no IPT.

Existem somente dois outros sistemas no mundo com características similares às do IPT, em Houston (EUA) e em Bergen (Noruega). “A exploração em águas profundas exige que os elementos de ancoragem tenham tanto resistência estática quanto dinâmica. A inauguração do sistema, que oferece uma nova tecnologia aos mercados do Brasil e de todo o mundo, é mais um passo na direção de auxiliar essas operações”, afirmou o diretor-presidente do Instituto, Fernando Landgraf.

Arthur Saad, gerente da área de Tecnologia Oceânica do Cenpes Petrobrás, lembrou que hoje o IPT é um dos três principais parceiros da Petrobras no estado de São Paulo. “Novas oportunidades de exploração precisarão ser viabilizadas. O desenvolvimento tecnológico será fundamental para superar este desafio”, afirmou ele.

Já para Alexandre Tomazi, engenheiro mecânico da Lankhorst Euronete, empresa que forneceu a amostra do cabo que foi testada no IPT, a presença de um sistema como esse no Brasil é importante para o desenvolvimento da indústria nacional por causa da diminuição dos custos com esse tipo de teste. “Esse equipamento é um dos mais modernos do mundo. Hoje, quando se precisa fazer um ensaio, é necessário recorrer aos Estados Unidos ou Noruega. A possibilidade de ensaiar aqui facilita muito o processo para a indústria brasileira”, avalia.

A amostra utilizada pelo Instituto foi produzida com subcabos trançados feitos de poliéster que são posteriormente encapados. Com 15 metros de comprimento, é uma redução de um cabo de mil metros, uma parte da linha de três mil metros de ancoragem no mar. “Em um sistema de produção flutuante, como o do pré-sal, por exemplo, o sistema está instalado em uma lâmina de água de dois mil metros, com essa linha de ancoragem de três mil. A amostra tem essas proporções para dar dimensões bem próximas do que acontece na realidade”, completa.

Márcio França, vice-governador e secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, defendeu a convergência de esforços entre governos para obter ganhos econômicos: “A agricultura brasileira teve avanços significativos nos últimos anos e é preciso que a indústria também tenha. A inauguração de um sistema de ensaios como esse do IPT, que é uma referência no mundo, contribui para esta evolução”.