Show Rural abre calendário de feiras do agronegócio

Show Rural abre calendário de feiras do agronegócio

04.02.2016

Grandes fabricantes de máquinas agrícolas ficaram de fora do evento realizado em Cascavel (PR). Pecuária ganha área exclusiva na exposição

Está sendo realizado nesta semana em Cascavel, no Paraná, o Show Rural Coopavel, que abre o calendário de 2016 das feiras do agronegócio no país. O evento traz, pela primeira vez, uma área destinada completamente ao setor pecuário. A expectativa é de que o volume de negócios seja inferior ao registrado em 2015, de R$ 2 bilhões, já que os grandes fabricantes de máquinas agrícolas não compareceram à feira nesta edição.

O produtor Nelson Rogeiske afirma que foi ao Show Rural em busca de tecnologia, tanto em sementes quanto em maquinário. Como ele, o agricultor Antônio Marcos Tencyna foi à procura de mais conhecimento para ajudá-lo na produção. “Para crescer mais ainda, né?”, diz.

São esperados mais de 230 mil visitantes na feira. Para o presidente da cooperativa Coopavel, Dilvo Grolli, o agronegócio tem oportunidade de crescer em 2016 tanto quanto no ano passado, e eventos técnicos como o Show Rural serviriam como alavanca para ampliar a produtividade.

O bom momento do agronegócio deve favorecer a movimentação da feira, embora os maiores fabricantes de tratores e colheitadeiras do país – Case, John Deere, Massey Ferguson, New Holland e Valtra – não tenham comparecido ao evento.

Para o coordenador geral do Show Rural, Rogério Rizzardi, o cenário econômico do país também pode influenciar negativamente os resultados desta edição. “Até porque os juros não são os mesmos, e o produtor sabe que, se é possível manter mais um ano com a máquina que ele tem, vai manter”, afirma Rizzardi.

A versão 2016 da feira traz, pela primeira vez, uma área dedicada à pecuária, reunindo empresas do setor e associações de raças bovinas. Também são realizadas exposição de animais de produção leiteira e de corte.

A Bayer, uma das 480 organizações que participam do Show Rural, idealizou um ambiente escuro para mostrar o resultado das aplicações de produtos agrícolas em plantas de soja. A empresa também instituiu um sistema de benefícios para clientes frequentes.

“Comprando a nossa linha de produtos, o agricultor pode entrar no nosso site, fazer o cadastro e, à medida que vai fazendo registrando as notas, vai acumulando pontos e assim trocando por benefícios”, diz o gerente de clientes da Bayer Tiago Nascimento.

Para o presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ), Pedro Estevão Bastos, o crédito para esse tipo de compra pode ficar mais escasso ao longo do ano.

Segundo ele, o saldo do Moderfrota neste semestre é de R$ 2,1 bilhões, sendo que R$ 600 milhões já foram gastos em janeiro. O R$ 1,5 bilhão restante está muito abaixo do volume utilizado no mesmo período de 2015, que teria sido de R$ 3,6 bilhões. Para Bastos, o dinheiro existente não vai chegar até 30 de junho.

Ele afirma que o governo sempre tem atendido aos pedidos da indústria por complementação de verbas, mas isso não é uma garantia. O conselho do representante da ABIMAQ é “não trocar o certo pelo incerto”.

“Para quem está planejando comprar a gente fala: aproveita para comprar agora que as linhas estão abertas e depois a gente não sabe o que vai acontecer”, diz Bastos.