Falta de competitividade do Brasil derruba em quase 30% produção de colas, adesivos e selantes em 2016

Falta de competitividade do Brasil derruba em quase 30% produção de colas, adesivos e selantes em 2016

16.08.2017

Os dados divulgados pela Associação Brasileira da Indústria Química - Abiquim comprovam mais uma vez que diversos segmentos da química têm sofrido nos últimos anos com a falta de competitividade.

Segundo o estudo “Estatísticas do Segmento de Colas, Adesivos e Selantes”, o consumo aparente nacional (CAN) teve queda de 26,3% em 2016 em relação ao ano anterior. Essa queda de consumo prejudicou os fabricantes brasileiros: a produção recuou 29,3% no ano passado, enquanto que as importações caíram apenas 1,3%. Já as exportações tiveram queda de 8% em 2016 no mesmo período. Se for feita uma análise comparativa dos últimos dez anos (de 2016 em relação a 2006) a produção caiu 26,9%, as importações aumentaram em 35,6% e as exportações cresceram 2,1%. 

Na avaliação da diretora de Economia e Estatística da Abiquim, Fátima Giovanna Coviello Ferreira, esse dado enfatiza um problema geral de toda a indústria química que se refere à falta de competitividade do produtor nacional em relação ao mercado externo. “As importações vêm tomando espaço do que antes era fabricado no País. Para agravar o quadro, a difícil situação econômica recente, que teve impactos no recuo da demanda final, acabou levando algumas empresas a desativarem unidades, especialmente nos segmentos de colas base água e também na base solvente. Essas desativações estão refletidas no recuo de produção verificado no ano passado. As empresas também, como toda a química, fizeram esforços na busca de alternativas para exportação, a fim de manter um nível adequado e seguro de produção”.

O segmento tem forte relação com diversas cadeias industriais importantes para o País, fornecendo uma variada gama de produtos para a indústria automobilística, construção civil, linha branca, alimentos, embalagens, entre tantos outros, que foram profundamente afetados pela crise econômica.

Vale lembrar também que o ano de 2016 foi marcado por dois semestres distintos. Os primeiros seis meses do ano foram de intensificação do recuo da atividade econômica e também da química, enquanto o segundo semestre foi de melhora gradativa, que se acentuou nos últimos três meses do ano.

As informações relativas à produção e às vendas (volumes e valores) foram analisadas por meio de consulta direta da Equipe de Economia e Estatísticas da Abiquim junto às empresas. O documento foi elaborado com a Comissão Setorial de Colas, Adesivos e Selantes da associação, que se dedica a analisar os comportamentos do mercado e como tornar a indústria nacional mais competitiva.