De ferramenta a agente: como a inteligência artificial pode atuar lado a lado com equipes humanas

De ferramenta a agente: como a inteligência artificial pode atuar lado a lado com equipes humanas

05.09.2025

Futurista Neil Redding defende integração da IA como agente ativo em equipes híbridas de trabalho 

A inteligência artificial (IA) está deixando de ser vista apenas como um recurso de automação para assumir um papel mais estratégico: o de agente ativo nos negócios. Esse foi o ponto central de um debate promovido pela Cadastracompanhia global que resolve desafios de crescimento, em parceria com o Experience Club, que reuniu CMOs e CEOs para discutir como a tecnologia pode trabalhar lado a lado com pessoas, formando times híbridos capazes de tomar decisões mais rápidas, éticas e eficazes.

O debate ganha relevância em um momento de adoção acelerada: globalmente, 78% das organizações já utilizam IA em pelo menos uma função de negócios, segundo pesquisa da McKinsey, e no Brasil, cerca de 79% dos líderes corporativos afirmam já ter implementado ou planejam integrar a tecnologia nos próximos 12 meses, de acordo com levantamento da ABES (Associação Brasileira das Empresas de Software) e IDC.

Conduzida pelo futurista internacional Neil Redding — palestrante do SXSW, Dubai Future Forum e Building the Future — a conversa trouxe frameworks práticos para criar agentes de IA e integrá-los a processos críticos, desde a análise de dados até o desenho de estratégias. Casos reais e dinâmicas mostraram que, ao tratar a IA como parte da equipe, empresas podem ganhar velocidade, liberar pessoas para tarefas de maior valor e ampliar sua capacidade de inovação.

Para Redding, essa transição é também cultural: “Quando pensamos na IA como uma nova espécie, deixamos de enxergá-la apenas como ferramenta. A questão não é se ela vai substituir ou não pessoas, mas como podemos construir uma relação simbiótica, na qual humanos e máquinas criam valor juntos.” – Neil Redding

Segundo ele, liderar na era da IA vai além da adoção de novas ferramentas. É preciso alinhar três elementos: um modelo mental capaz de antecipar impactos, uma narrativa que mobilize a organização e casos práticos que mostrem valor real no dia a dia.

“Quando esses fatores se combinam, as empresas conseguem reduzir resistências, acelerar a adoção e criar um ciclo contínuo de aprendizado.” – Neil Redding

O encontro destacou ainda um framework com cinco estágios de evolução da tecnologia: Prompt (quando a IA só reage a comandos), Iniciar (atua proativamente), Participar (cocria e antecipa necessidades), Delegar (assume tarefas com autonomia) e Simbiose (integração plena entre humanos e IA).

“O futuro mais promissor é aquele em que humanos e IA trabalham em plena integração, com interesses alinhados. Essa simbiose cria organizações adaptativas, capazes de evoluir continuamente em benefício dos negócios, da sociedade e do planeta.” – Neil Redding

Entre os efeitos esperados, estão desde a redução do tempo gasto em tarefas operacionais até a criação de novos papéis e competências dentro das equipes — movimento apoiado pelo fato de que 83% dos trabalhadores acreditam que a IA pode impulsionar suas carreiras, ajudando no desenvolvimento de novas habilidades e na realização de trabalhos mais estratégicos, segundo pesquisa da Workday.