Inteligência artificial e biologia sintética criarão mais de 395 milhões de empregos até 2030

Inteligência artificial e biologia sintética criarão mais de 395 milhões de empregos até 2030

13.05.2021

Estudo do Boston Consulting Group, Looking to Nature for the Next Industrial Revolution, revela que a próxima onda de inovação tecnológica será marcada por avanços em campos que vão desde a inteligência artificial à biologia sintética, passando pela nanociência e computação quântica. O Fórum Econômico Mundial prevê que esse processo disruptivo possa levar a oportunidades de negócios anuais no valor de US$ 10 trilhões e criar 395 milhões de empregos até 2030.

Enquanto isso, o BCG estima que essa revolução terá um impacto em mais de US$ 30 trilhões nas atividades econômicas nos próximos 30 anos, valor que equivale a 40% do PIB global atualmente. Para empresas em setores como o farmacêutico, químico, de agricultura, abastecimento de alimentos, manufatura e advanced materials essa revolução é maior do que qualquer outra que as tecnologias digitais criaram.

Esse processo de revolução envolve quatro características: a abordagem de tecnologia profunda; a capacidade de manipular matéria inorgânica e orgânica no nível atômico; o uso do princípio de design da natureza e capacidade de fabricação; além da criação de uma oportunidade de negócio com potencial significativo para o avanço da sustentabilidade. Juntas, elas formam um ciclo de design-construção-teste-aprendizado na natureza, chamado design-build-test-learn (DBTL), em inglês.

Para entender o impacto deste ciclo, o estudo considera como exemplo o processo para a produção de fertilizantes de amônia e nitrogênio. Esse processo requer grandes quantidades de energia para converter o nitrogênio atmosférico em amônia, consumindo de 3% a 5% do suprimento mundial de gás natural e cerca de 1% a 2% do suprimento total de energia do mundo. Além disso, é responsável por mais de 1% de todas as emissões de CO2, e suas emissões de N2O são 250 a 300 vezes mais potentes do que o CO2 na contribuição para o aquecimento global. Mais de 50% do nitrogênio sai das lavouras, contaminando as fontes de água.

Essa revolução promete estabelecer e manter uma relação muito diferente com a natureza daquela que as empresas têm há séculos, mudando a mentalidade de inovação empresarial de exploradora para produtiva. Em vez de reunir e usar a produção da natureza, ou simplesmente explorar a natureza para resolver problemas, os empresários, cientistas e engenheiros de hoje estão utilizando uma compreensão mais profunda das leis da natureza para projetar e fabricar tipos de produtos completamente novos de maneira sustentável.