O impacto da Inteligência Artificial na indústria brasileira

O impacto da Inteligência Artificial na indústria brasileira

30.07.2018

por Steve Smith*

As chamadas buzzwords tecnológicas como inteligência artificial (IA), machine learning e Internet das Coisas (IoT) têm atraído muita atenção entre os profissionais do segmento industrial. Mais do que tendência, essas tecnologias estão definindo o padrão de eficiência e forçando as empresas a rever os planos de negócios e encontrar uma maneira de incorporá-las. A pesquisa de 2018 sobre Investimentos em Indústria 4.0 realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta que a indústria brasileira ainda engatinha no que diz respeito à migração para a digitalização, já que apenas 17% das empresas que investirão em tecnologias digitais pretendem investir em sistemas inteligentes de gestão e inteligência artificial. O relatório da CNI revela ainda que 77,8% das empresas ainda estão nos estágios mais atrasados de aplicação de tecnologia. No estágio seguinte, no qual a integração de áreas é total, estão 20,5% das indústrias pesquisadas. E apenas 1,6% está na dianteira, com integração digital total e uso de inteligência artificial.

Apesar do atraso no processo de incorporação dessas tecnologias, a ligação entre a indústria e a inteligência artificial já gera certo receio nos trabalhadores que temem serem substituídos por máquinas. Os profissionais estão cada vez mais nervosos acreditando que as máquinas podem ocupar suas posições, mas de acordo com a Mckinsey, enquanto 51% das tarefas de trabalho podem ser automatizadas, apenas 5% das ocupações podem ser automatizadas. A realidade é que a inovação funciona melhor como um híbrido de tecnologia e trabalho humano, uma vez que essa combinação otimiza o fluxo de trabalho, aumenta a eficiência e os lucros.

Tecnologia do futuro é aqui e agora

A inteligência artificial não é, portanto, a tecnologia do amanhã, pois já impacta na maneira como a indústria opera. Algumas fábricas usam robôs gerenciados por trabalhadores humanos para executar tarefas automatizadas que são coordenadas ao longo da cadeia de suprimentos. A Amazon desenvolveu um sistema de robôs conectados para otimizar o serviço da central de atendimento, reduzindo o tempo gasto na pesquisa de um produto no depósito e aumentando o número de pedidos realizados no dia.

É compreensível que a Inteligência Artificial deixe os trabalhadores nervosos. Do medo de automação substituir os trabalhos até a angústia de romper processos existentes, a IA oferece muito valor, mas também gera incertezas. O fato é que a IA e outras tecnologias são uma grande parte do futuro do trabalho, e aqueles que a enxergam além da propaganda exagerada e a utilizam com responsabilidade, terão ganhos de eficiência. A IA permite que as empresas limitem o tempo gasto pelos trabalhadores humanos em tarefas repetitivas e demoradas e otimiza todo o fluxo de trabalho para maximizar a eficiência, cortar custos e manter uma vantagem competitiva.

Vice-presidene de Indústriais Estratégicas da ClickSoftware